Apresentação
Cine Cerca é uma residência de escrita de argumento que visa acompanhar realizadores francófonos e lusófonos no desenvolvimento dos seus projetos.
Quando e onde decorre a residência?
A residência tem duas fases, com uma duração total de um mês:
- de 18 de abril a 1 de maio de 2022 na Córtex Frontal (Arraiolos, Portugal);
- de 16 a 29 de maio de 2022 no Château de La Napoule (Mandelieu-la-Napoule, França).
A quem se destina o programa Cine Cerca?
O programa Cine Cerca destina-se a argumentistas, realizadores e outros profissionais do cinema:
- residentes em França ou em Portugal;
- francófonos e/ou lusófonos;
- que tenham um projeto de curta, média ou longa-metragem de ficção, documentário ou animação, com ou sem produtora, em fase de desenvolvimento ou em fase avançada de escrita (com diálogos);
- capazes de demonstrar o investimento franco-português dos seus projetos, seja quanto à temática, os locais de filmagens, à coprodução ou à difusão dos filmes;
- que se candidatem a título individual e garantam estar presentes ao longo dos dois períodos de residência.
Não há nenhum limite de idade para a apresentação de candidaturas.
O que é que a residência propõe?
A residência oferece um espaço de trabalho privilegiado, longe das obrigações do dia a dia, propício à criação. Propõe também uma avaliação e um acompanhamento personalizado de cada projeto.
Além disso, poderá também proporcionar encontros e oportunidades de colaboração entre profissionais do cinema franceses, portugueses e internacionais, particularmente durante uma apresentação pública dos projetos em paralelo à edição de 2022 do Festival de Cannes.
Estão incluídos na residência:
- o valor da viagem até aos locais das residências de escrita (Portugal e França);
- um espaço de trabalho na Córtex Frontal e no Château de la Napoule;
- o alojamento na Córtex Frontal e no Château de la Napoule, assim como um per diem para as refeições;
- o acompanhamento personalizado dos projetos;
- proporcionar contactos com potenciais parceiros da indústria cinematográfica, em França e em Portugal;
- o livre acesso a eventos organizados pela Córtex Frontal e pelo Château de la Napoule.
A residência é completamente gratuita.
Porquê Cine Cerca?
França e Portugal têm mantido, desde sempre, estreitas relações na área do cinema: partilham uma cultura do cinema de autor, referências estéticas, a visão de um cinema de escrita livre e uma vontade clara de colaboração.
De forma a apoiar obras cinematográficas coproduzidas por entidades francesas e portuguesas, foi criado um fundo de apoio à coprodução, em 2014, pelo Centre National du Cinéma et de l’Image Animée (CNC) e pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). No entanto, não existe nenhum dispositivo de ajuda e de apoio ao desenvolvimento dessas mesmas obras cinematográficas.
A residência Cine Cerca foi criada para responder a esta necessidade.
Os locais das residências
Córtex Frontal
Córtex Frontal é um projeto cultural multidisciplinar criado em 2015, gerido pela Associação Cultural Córtexcult e sediado em Arraiolos, distrito de Évora, Alentejo Central. A Córtex Frontal organiza residências artísticas, oficinas, exposições no domínio das Artes Visuais, da Literatura, do Cinema ou da Música.
O objetivo da Córtex Frontal é promover atividades a nível local, nacional e internacional, colaborando com instituições publicas ou privadas, envolvendo artistas e comunidades diversificadas.
Os artistas em residência são alojados na sede da associação numa casa antiga e grande no centro da vila que conta com vários espaços de trabalho.
Le Château de la Napoule
Le Château de la Napoule está situado em frente ao mar, a 7 quilómetros da cidade de Cannes.
La Napoule Art Foundation é uma fundação sem fins lucrativos, criada em 1951 por Marie Clews em memória do seu marido, Henry Clews. O casal passou 17 anos a reabilitar o Château de La Napoule, uma antiga fortaleza medieval que abriga, hoje em dia, a coleção de esculturas de Henry Clews (1876-1937). O Château de La Napoule recebe numerosos projetos artísticos internacionais, ao longo do ano inteiro, e realiza residências artísticas há trinta anos.
À imagem de uma pequena Villa Médicis, o Château de la Napoule oferece aos criadores um ambiente de trabalho excecional, propicio à pesquisa, criação e inspiração.
O acompanhamento
Durante a residência
Profissionais do cinema, lusófonos e francófonos (Fabianny Deschamps, João Pedro Rodrigues, Pedro Pinho…) irão avaliar as qualidades e as fragilidades dos projetos, sugerindo novos eixos de desenvolvimento. Também irão propor eventuais colaborações e pôr os residentes em contacto com profissionais da indústria cinematográfica em França e em Portugal.
Apresentação pública dos projetos dos residentes em paralelo ao Festival de Cannes.
Quem são os intervenientes em 2022?
Cristèle Alves Meira
Atriz de formação, Cristèle Alves Meira começou pela encenação teatral. Encenou Os Negros, Splendid’s, de Genet, e Venus, de Suzan-Lori Parks, para o teatro Athénée-Louis Jouvet.
Realizou um documentário em Cabo Verde, Som & Morabeza (52’), no qual questiona a problemática da imigração nos meios lusófonos em África, através da música, e, a seguir, Born in Luanda (26’), sob o prisma da juventude angolana, para tratar das suas realidades sociais.
Realizou também duas curtas-metragens de ficção, um filme de verão e um filme de inverno, na aldeia da sua mãe em Trás-os-Montes: Sol Branco (selecionado para os festivais Premiers Plans Angers, Entrevues Belfort, Côté Court Pantin, etc.) e Campo de Víboras, selecionado, entre outros, para a Semana da Crítica, o Festival IndieLisboa (vencedor do Prémio Novo Talento) e para o festival de curtas-metragens de Clermont-Ferrand. A sua terceira curta-metragem, Invisível Herói, foi apresentada na Semana da Crítica, no IndieLisboa’19 (Prémio Árvore da Vida para Melhor Filme Português) assim como em Clermont-Ferrand (Prémio do Melhor Filme Europeu). A sua última curta-metragem chama-se Tchau-Tchau.
Atualmente, Cristèle esta a terminar sua primeira longa-metragem, intitulada Bruxas.
João Nicolau
João Nicolau nasceu em Lisboa. Trabalha como realizador e montador e, às vezes, como ator e músico.
Realizou as longas-metragens Technoboss (2019), John From (2015) e A Espada e a Rosa (2010) e as curtas Gambozinos (2013), O Dom das Lágrimas (2012), Canção de Amor e Saúde (2009) e Rapace (2006). Tem em preparação os filmes A Providência e a Guitarra (longa-metragem) e John In Christ (documentário).
Os seus filmes são regularmente exibidos nos mais prestigiados festivais de cinema: Cannes, Veneza, Locarno, São Paulo, Belfort, Viena, Busan, Buenos Aires, Sevilha, Valdivia, Cidade do México, Vila do Conde, Rio de Janeiro, Milão, Montreal, Mar del Plata, Sarajevo, entre outros.
Como se candidatar ao programa Cine Cerca?
Os projetos têm de ser enviados até 15 de fevereiro para: contact@cinecerca.com
Todos os elementos do dossier devem ser enviados num PDF único, que não deve exceder 15 páginas:
- a ficha de informações preenchida (em português ou francês);
- uma carta de intenções que dê conta do caráter franco-português do projeto;
- o projeto completo e/ou um tratamento cinematográfico e/ou algumas sequências com diálogos;
- a nota de intenções do projeto;
- um currículo da/o candidata/o;
- links para filmes realizados anteriormente;
- qualquer tipo de documento (texto ou visual) considerado útil para a compreensão do projeto e dos objetivos da/o autor.
Quais são os critérios de seleção?
- A qualidade do projeto;
- O tipo de cooperação pretendida com os parceiros franco-portugueses e a pertinência dos contactos estabelecidos ou projetados entre França e Portugal nas diferentes fases (desenvolvimento, coprodução, distribuição, etc.).
Quem compõe o júri de avaliação 2022?
Um júri composto por profissionais do cinema, franceses e portugueses, encarrega-se de selecionar os projetos: Mercedes Vidal-Abarca, Nuno Lisboa, Maya Kosa, Sergio da Costa.
Quantos dossiers serão selecionados?
Para a temporada 2022 serão escolhidos quatro residentes.
Os projetos selecionados serão divulgados o 28 de fevereiro de 2022.
Coordenação
Pierre Primetens é um realizador franco-português.
Vive entre França e Portugal há vários anos e conhece bem as questões económicas e artísticas das duas indústrias.
A sua obra é atravessada pelas problemáticas da luso-descendência, das raízes, da memória e da cultura portuguesa, através de uma pesquisa formal baseada, sobretudo, na autobiografia.
Antigo residente do Moulin d’Andé (Centro das Escritas Cinematográficas), dos Ateliers d’Angers e da Casa de Velázquez, acumulou uma sólida experiência na transmissão e na animação de oficinas, tanto em meios escolares como associativos ou profissionais.
Locais de residência